Manuel Soares I Associação Sindical dos Juízes Portugueses

Qual é a importância de estar aqui num congresso que não é de juízes, mas que é de magistrados do Ministério Público?

O congresso do Ministério Público é um evento importante, não apenas para o Ministério Público, mas também, eu diria, para a sociedade, porque os congressos são momentos de diálogo com a sociedade. Acho que está a ser um bom congresso. Gostei do discurso da Procuradora-Geral.

E como o SMMP está em período de renovação do mandato, queria dar um abraço ao Adão Carvalho pelo trabalho que fez, excelente, e desejar boa sorte ao Paulo Lona para o trabalho que tem à frente nos próximos três anos.

Relativamente às críticas que se fazem à Justiça, são injustas?

Veja uma coisa, a justiça não pode viver sem a crítica, isso não existe. Nós temos que ter uma carapaça dura para agüentar. E de vez em quando as coisas correm um bocadinho melhor ou as coisas correm pior. Nós não podemos é fazer avaliações definitivas sobre coisas quando o adro ainda vai na procissão, que é um bocadinho o que passa. Eu acho que a Senhora Procuradora- Geral da República, para ser franco, deu um sinal de força, quer dizer, as pessoas têm que aguentar, e os cargos não são muito fáceis. Há investigações e momentos políticos difíceis e o Ministério Público tem que aguentar e a sua função é essa. E o que é importante para o cidadão e para a sociedade é quando chegarmos ao fim e o  trabalho estar feito.

Se não fosse Juiz, o que é que gostaria de ter sido?

Nunca pensei nisso.

Nunca pensou? Sei que toca um instrumento…

Não, mas há uma coisa que tenho dito, se eu nascesse outra vez, aprendia a tocar um instrumento a sério. Uma guitarra ou piano. Agora acho que já não sou capaz. Em termos profissionais, com franqueza, a partir de certa altura, meti na cabeça que ia ser juiz, porque não cheguei a pensar em alternativas, mas podia ser Procurador da República, por exemplo.